segunda-feira, 18 de julho de 2016

CANÇÃO XII


Conta-me, ó cisne, a tua história ancestral.
De que terra vens, ó cisne? Para que margem voas?
Onde terás o teu repouso, o que buscas tu?

Nesta manhã, ó cisne, desperta, ergue-te, segue-me!
Existe uma terra onde a dúvida e o arrependimento
não governam, onde o terror da Morte não mais subsiste.

Nela, os bosques em primavera florescem,
e o fragrante aroma que nasce da certeza
de Ele ser eu irrompe do vento.
Nela, o coração como abelha está profundamente 
imerso, não desejando outra alegria.




Kabir (1440 - 1518)






(Versão de Pedro Belo Clara a partir da tradução inglesa de Rabindranath Tagore ("Songs of Kabir", 1915)).










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